No Dia Mundial da Água, comemorado nesta quinta-feira (22), o Fórum Mundial em Brasília vai propor o debate sobre recursos hídricos no mundo. Em uma das primeiras sessões do dia, a Organização das Nações Unidas (ONU) – idealizadora da data – detalha dados divulgados no início da semana.
O “Relatório Mundial da Água 2018” aponta que a demanda por água das indústrias e das residências tende a aumentar “muito mais rápido” que a demanda da agricultura, embora o setor agrícola apresente indícios de maior consumo.
“O aumento da demanda por água ocorrerá principalmente em países com economias emergentes ou em desenvolvimento”, diz o documento.
Atualmente, estima-se que 3,6 bilhões de pessoas – quase metade da população mundial – vivem em áreas que apresentam uma potencial escassez de água por pelo menos um mês ao ano. As estimativas para o mesmo dado em 2050 variam entre 4,8 bilhões e 5,7 bilhões.
Na terça (20), o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho apresentou durante o Fórum Mundial os dados que mostram que 1 em cada 6 cidades do país enfrentam problemas com a escassez de água. O levantamento se refere aos municípios que tiveram situação de emergência reconhecida pelo governo federal nos últimos 180 dias.
O Distrito Federal, que passa por racionamento desde janeiro de 2017, não chegou a ter estado de emergência decretado pelo governo federal. No entanto, o consumo de água na capital está condicionado a rodízios semanais – o governador, Rodrigo Rollemberg, estima que o racionamento acabe ainda neste ano.
Água na mídia
Às 16h, na arena da Vila Cidadã, autores de novelas e minisséries vão discutir como a questão da água pode e deve ser tratada na mídia. O debate, gratuito e aberto público, será mediado pela jornalista da TV Globo Sônia Bridi.
Cooperação pela natureza
Nesta quinta (22), às 11h, um painel do fórum, sobre ecossistemas, vai destacar estratégias para preservação do Pantanal. Apesar de ser o bioma de menor área no Brasil e ocupar 1,76% do território nacional, a região é considerada uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta.
Na mesa, os governos da Bolívia, Brasil e Paraguai vão assinar juntos uma Declaração de Interesse para o Pantanal. O objetivo do documento é favorecer um processo de cooperação para a conservação desse ecossistema.
As propostas em questão foram levantadas durante a 12ª Conferência das Partes da Convenção de Ramsar, que aconteceu no Uruguai em 2015.
Direito à água
A sessão “Abastecimento público ou privado”, às 14h30, vai tratar dos desafios para tornar realidade o direito humano à água. A mesa se propõe a avaliar as vantagens e desvantagens dos modelos públicos e privados de abastecmento e tratamento de esgotos. Os palestrantes vão mostrar como países como Senegal, Japão e França lidaram com a questão.
No mesmo horário, a mesa “Construindo a Agenda de Recursos Hídricos” reune países de língua portuguesa para troca de experiências e conhecimentos técnicos para melhor gestão da água.
Fórum Mundial da Água
Esta é a oitava edição do Fórum Mundial da Água, realizado a cada três anos em um país diferente. A primeira edição ocorreu em 1997, em Marrakesh, no Marrocos, e a última em 2015, em Daegu, na Coreia do Sul.
O encontro deste ano traz o tema “Compartilhando Água”. O objetivo, segundo os organizadores, é estabelecer compromissos políticos e incentivar o uso racional, a conservação, a proteção, o planejamento e a gestão da água em todos os setores da sociedade.
Em Brasília, o 8ª Fórum Mundial da Água reúne representantes de 175 países, entre cientistas, governantes, parlamentares, juízes, pesquisadores e demais cidadãos. A programação segue até sexta-feira (23).
Fonte: G1