O percentual de famílias brasileiras que apresentam algum tipo de dívida registrou 60,1% em janeiro de 2019. Esse valor representa uma queda em relação aos 61,3% apurados no mesmo mês do ano passado. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O total de inadimplentes – os que possuem dívidas ou contas em atraso – também caiu em relação a janeiro de 2018, registrando 22,9% neste mês em comparação aos 25,0% do período anterior. Da mesma forma, também diminuiu o volume de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas, passando de 9,5% em janeiro de 2018 para 9,1% neste mês.
“A queda na comparação anual indica que o ritmo lento de recuperação do consumo e a cautela das famílias na contratação de novos empréstimos e financiamentos persistem”, afirmou a economista da CNC Marianne Hanson.
Apesar das quedas nas comparações anuais, houve um leve aumento do endividamento em relação a dezembro de 2018, quando o percentual esteve em 59,8%, e do total de inadimplentes, que estava em 22,8%, em dezembro.
O desempenho mensal, no entanto, não compromete a expectativa de evolução da economia. “As taxas de juros em patamares mais baixos também constituem um fator favorável a esse resultado. As famílias brasileiras também se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, e o percentual que disseram não ter condições de pagar suas contas em atraso também recuou”, complementa Marianne Hanson.
O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de dívidas dos brasileiros (78,4%), tendo apresentado alta entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos (79,1%). Carnês (14,0%) e financiamento de carro (9,7%) vêm logo em seguida.