Para o setor de comércio e serviços, Yamamoto ressalta que as perdas acarretadas nos 11 dias de paralisação, apesar de relevantes, não serão suficientes para ocasionar a falência de empresas do segmento. “A tendência é que elas tenham uma recuperação e retomada de atividades mais rápidas”, diz.
O sócio-proprietário da Tiex explica que, no caso da prestação de serviços, em muitas ocasiões, é possível atender aos clientes e compromissos de forma remota. “Já em relação às entregas de produtos não perecíveis, mesmo com atrasos e consequentemente perdas nesse período, assim que regularizado o transporte, as empresas deste nicho se normalizam e colocam seus produtos à disposição do público de forma quase imediata”, explica.
Segundo o especialista, as pequenas empresas, especialmente as que trabalham com alimentos perecíveis, serão as mais afetadas. “Já temos informações de empresas que perderam valores significativos em mercadorias, o que pode afetar seu fluxo de caixa de forma irrecuperável”, ressalta. Yamamoto relata que os produtores de ovos, por exemplo, ficaram sem toda a sua matriz produtiva. “Uma galinha pode levar em média 20 semanas (cinco meses) para atingir a idade produtiva. A perda dos animais significa que o criador ficará todo este tempo sem receita, o que para o pequeno produtor pode significar falência”, diz Fábio.
Caso consigam sobreviver à perda de uma safra ou de uma geração inteira de animais, os pequenos produtores agrícolas e de animais de corte deverão gerar resultados apenas no próximo ciclo de colheita ou abate. A recuperação plena pode ser ainda mais longa, pois este ciclo pode não cobrir todo o prejuízo gerado. “As empresas terão que reajustar seus gastos, e administrar os impactos negativos, como por exemplo, redução no número do quadro de funcionários, entre outras medidas drásticas”, conclui.
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