Diretor do GOE (RS) lança livro de ficção

Delegado de polícia diz também levar a sério a “carreira” de escritor

       

Quando se pensa na figura de um escritor, imagina-se uma pessoa de óculos, cheia de livros à sua volta, sentada em uma escrivaninha de madeira cercado por papéis rabiscados, com ar reflexivo e concentrado. Mas e quando um delegado de polícia decide vestir essa camisa e dar vida a uma história de ficção épico? O resultado se chama Carnarvon – Máscaras, livro escrito por Marco Antonio Duarte de Souza que será lançado pela editora Alicanto.

Em seu livro de estreia, Marco narra a saga de Zardoz, um visionário governante que tem por objetivo enriquecer e conquistar novos territórios em Tristan, continente no qual se desenrola a trama. O vilão quer sequestrar Addarkar Maddocks, o único mestre-armeiro capaz de fundir aço com diamante e criar uma liga praticamente indestrutível.

 

“A vontade de criar veio do mesmo lugar que me faz gostar tanto de histórias e enredos. De tanto analisar tramas e diálogos me vem a necessidade de criar. A rotina policial é destruidora, desgastante e tóxica. Escrever é sim uma espécie de ‘pause’ deste dia-a-dia. Quase uma fuga. ” – Marco A. D. Souza, escritor e delegado

 

Marco está na polícia desde 2008 e entre tantas operações na carreira, destaca quando encabeçou a força-tarefa que indiciou as lideranças dos black blocs nas grandes manifestações de junho de 2013. Ele também acumula o cargo de Diretor do Grupamento de Operações Especiais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

O “delegado-escritor” foi um dos responsáveis, em 2015, pela maior operação contra o tráfico de drogas da história da polícia civil do Rio Grande do Sul, onde mais de 120 pessoas da mesma quadrilha foram presas além de apreensões de drogas e armamentos.

A profissão de delegado pode não dialogar com o lado escritor, mas Marco tenta encontrar pontos em como entre suas histórias de ficção e as que vivencia em operações contra o narcotráfico e o crime organizado.

“Com certeza sou forjado pela atividade de policial. Por mais que a criação possa estar em um elemento ficto, a percepção vai estar ali. É indissociável. Meu recurso, para tentar sair um pouco disso, quando quero, é utilizar personagens e situações que já haviam sido criadas antes de ingressar na função”.

Marco ainda tem em seu currículo a formação na Academia Nacional do FBI onde estudou por quatro meses em uma das maiores academias do mundo. O delegado também foi um dos responsáveis pela criação do plano tático da Polícia Civil gaúcha contra possíveis ataques durante a Copa do Mundo de 2014.

Se na trama de Carnarvon serão necessários alguns mercenários e cavaleiros para tentar evitar que o pior aconteça, na vida real, o roteiro diário do delegado Marco não obedece a critérios e mostra que a arte da literatura permanece viva até em quem vive o pior da sociedade diariamente.

Sobre o autor:

Marco Antonio Duarte de Souza é delegado e Diretor do Grupamento de Operações Especiais da CORE da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. É formado na Academia Nacional do FBI e como Operador Tático no Grupamento de Operações Especiais. É casado e nos momentos de folga que possui gosta de viajar com sua esposa, escrever, ler ver filmes e praticar esportes.