© Agência Brasil/Marcelo Camargo Impacto da crise de coronavírus será sentida mais fortemente a partir dos dados de março
A produção industrial cresceu 0,5% em fevereiro em relação a janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O setor acumula queda de 1,2% em 12 meses. Eis a íntegra.
A indústria ainda está 16,6% abaixo do nível recorde de atividade econômica do setor alcançado em maio de 2011. A produção do setor também encolheu 0,6% nos 2 primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período no ano anterior.
Os dados de fevereiro sofrem pouco efeito da crise de coronavírus. A disseminação da covid-19 já era sentida em outros países, principalmente na China, mas não restringiu fortemente a produção do país.
O setor avançou em 2 das 4 grandes categorias em fevereiro na comparação com janeiro. Bens de capital –que são matérias-primas para a produção de algum outro produto– teve a maior variação positiva no período, com alta de 1,2%. Em janeiro, subiu 13% depois de interromper o comportamento predominantemente negativo presente desde maio de 2019 –intervalo de tempo que acumulou queda de 14,4%.
Já os bens intermediários –que é um produto que agrega na criação de outro produto– tiveram alta de 0,5% em fevereiro. Esse foi o 3º mês seguido de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 1,6%.
Os segmentos de bens de consumos duráveis (-0,7%) e de consumo semi e não-duráveis (-0,2%) tiveram resultado negativo em fevereiro.
PRODUÇÃO DE CARROS SOBE
Dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE, houve expansão em 15. Ajudou na alta o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que expandiu 2,7% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Também houve alta de outros produtos químicos (2,5%).
Nos dois casos, houve crescimento pelo 2º mês consecutivo e acumularam 7,8% e 4,2% de alta, respectivamente, no período.
Outras contribuições positivas relevantes vieram dos ramos de produtos alimentícios (0,6%), de celulose, papel e produtos de papel (2,4%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%) e de produtos de borracha e de material plástico (2,1%).
Na contramão, entre os dez ramos que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%), interrompendo três meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 8,6%.
Outros impactos negativos relevantes foram nos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,8%) e de outros equipamentos de transporte (-8,7%).
De acordo com técnicos do IBGE, a queda da produção na informática pode ter influência da pandemia. O ramo é impactado pela China, que fornece matéria-prima importada no comércio internacional.
Por: Poder 360
