Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostram que a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, já registou este ano 17 incidentes envolvendo pipas e balões na região. De janeiro a maio deste ano, foram sete interferências operacionais. Em todo o estado de São Paulo, foram registradas 125 ocorrências aeronáuticas envolvendo balões.
Segundo o Cenipa, em 2019 foram contabilizadas 49 ocorrências envolvendo balão, sendo 33 no pátio de manobras. No mesmo período foram registrados 25 incidentes envolvendo pipas.
Para o diretor de Operações da GRU Airport, Miguel Dau, uma das justificativas para o crescimento desses números em 2020 é a pandemia de covid-19. Segundo ele, devido ao aumento do tempo ocioso para crianças e adultos e a diminuição temporária da atividade aérea no aeroporto, pode haver uma falsa sensação da redução dos riscos.
“Ocorrências com pipas e balões, infelizmente, ainda são comuns nos períodos de férias escolares, mas o que nos chama a atenção é que, até o fim de abril, já ocorreram 17 ocorrências desse tipo dentro do sítio aeroportuário. Esse número é alto”, afirmou.
No Brasil, soltar balões é crime e pode atrapalhar as operações do aeroporto, por isso a GRU Airport faz trabalhos de conscientização com jovens, adultos e crianças, moradoras das comunidades vizinhas do terminal. Desde 2018 são promovidas peças teatrais e palestras educativas nas escolas públicas de 13 bairros classificados de interferência direta e indireta do aeroporto.
Segundo a GRU Airport, no ano passado, 4.500 jovens, entre 6 e 18 anos, participaram da iniciativa, que tem como slogan a mensagem Brincando com Segurança, sobre os riscos de soltar pipas e balões próximo ao sítio aeroportuário. Em 2018, foram 3.270 crianças e adolescentes da mesma faixa etária.
Este ano, devido à pandemia da Covid-19 e às medidas de isolamento social recomendadas pelo Ministério da Saúde e órgãos internacionais, a equipe de Responsabilidade Social da GRU Airport estuda uma abordagem diferente, por meio de vídeo e/ou outras ferramentas. A expectativa é de que as ações comecem a ser realizadas no segundo semestre e envolvam agentes comunitários para alcançar mais pessoas. O modelo ainda está em estudo.
Edição: Graça Adjuto/Agência Brasil