No último domingo, 17, o Brasil entrou em campo contra a Suíça, em seu primeiro jogo da Copa 2018, vestindo a famosa camisa amarela. Que já foi um símbolo de patriotismo e é de sua cor amarela que vem o apelido da seleção brasileira, canarinho.

No entanto, o símbolo passa por um revés. Depois de ser usada por manifestantes a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2015 e 2016, a camisa ganhou uma forte carga política. Ao se tornar emblema de certo pensamento político, foi rejeitada por aqueles que pensam diferente e alguns torcedores passaram a buscar uma alternativa para torcer durante a Copa 2018.

Para fazer uma brincadeira ou até mesmo criticar a camiseta tradicional, uma designer mineira criou uma camiseta vermelha, com o símbolo da foice e martelo. Por meio de notificação extrajudicial, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) proibiu a designer de comercializar a camisa e disse que deveria retirar suas imagens das redes sociais, pois continham o logo da empresa. Também pediram que assinasse termo se comprometendo a não vender sua criação.

A polêmica em torno da camisa impactou as vendas e o uniforme reserva ganha espaço em cima da camisa “ouro samba”. Se, na última Copa, de cada dez camisas compradas, nove eram amarelas e uma azul, agora, de cada dez camisas compradas, sete são amarelas e três são azuis, de acordo com a Netshoes,.

O uniforme reserva na cor “azul celestial” é inspirado no título mundial de 1958, quando o Brasil usou uma camisa azul pela primeira vez, na final contra a Suécia.

Mesmo assim, as vendas dos uniformes se mantêm fortes, diz a Netshoes. Desde o começo do ano, o número de vendas de camisas da Seleção Brasileira aumentou mais de 3.000% em relação ao mesmo período de 2017. Somente no período entre abril e maio deste ano, o crescimento foi de 80% na Netshoes.

A Nike, fabricante da camiseta da seleção brasileira e de outros 9 times nesta Copa, afirmou que “as vendas de todo o portfólio de produtos relacionados à Seleção Brasileira estão indo muito bem e de acordo com os planos. Assim como as camisas de jogo, os modelos de pré-jogo e de treino também estão tendo uma ótima aceitação do consumidor”.

A companhia disse que, ainda que a camisa amarela esteja em uma “curva positiva e esperada de vendas”, a versão azul “caiu no gosto do brasileiro e está com um ritmo de saída acelerado, já esgotada em algumas lojas”.

Fonte: Exame

Foto: Leonhard Foeger