Velho conhecido do parcelamento com crediário e cheque pré-datado, o varejo nacional tem usado cada vez mais as plataformas de e-commerce para oferecer parcelas sem juros e a um clique de distância, nas chamadas operações do tipo BNPL. Sigla em inglês para “buy now, pay later”, o BNPL também chama atenção em vários países mundo afora.
Disponível entre as opções de pagamento, esse instrumento digital de crédito rápido tem sido impulsionado por fintechs, bancos e varejo on-line para atrair consumidores desbancarizados, sem acesso a cartões de crédito ou que possuem limite baixo no cartão, para vendas sem juros, desde que o consumidor não atrase o pagamento das parcelas.
Segundo a consultoria Juniper Research, em 2027 essa ferramenta deverá movimentar US$ 437 bilhões, contra US$ 112 bilhões estimados para 2022. Ivan Habe, da consultoria EY, considera que o principal combustível do crescimento desse nicho do crédito está relacionado à comodidade proporcionada pelas compras na internet, em um ambiente ampliado pela p
“Como consumidor, quero produtos e serviços, e o pagamento não pode ser um ponto de fricção, como ocorre quando é preciso esperar na fila [para abrir o crediário na loja], ou mesmo no e-commerce, quando pedem para aguardar um ou dois dias até a aprovação da transação”, avalia o consultor. De acordo com ele, o BNPL pode ser vantajoso ao varejista por ter reduzido o índice de abandono, que é quando o consumidor desiste durante o processo de pagamento.
“No caso dos boletos, as desistências chegavam a 70%. Por outro lado, o consumidor precisa tomar cuidado com os custos que surgem quando há atraso no pagamento das parcelas”, destaca Habe.
Weaver destaca os setores de calçados, vestuários, cosméticos, eletrônicos e saúde, com um tíquete médio por operação de cerca de R$ 300. “Chegamos no fim de 2022 com 1.700 marcas disponíveis aos consumidores, em um crescimento muito forte, puxado principalmente pelo boca a boca”, afirma.
*Por Valor Econômico