O Vaticano anunciou que o papa Francisco permitirá pela 1ª vez que mulheres votem na reunião global de bispos em outubro deste ano. Antes, podiam participar dos sínodos –órgão consultivo papal– como auditoras, mas sem direito a voto.
O Sínodo dos Bispos é o evento que debate e decide questões ideológicas e regimentais da Igreja Católica. O voto feminino na cerimônia era pedido há décadas.
Junto da medida histórica, o papa Francisco também solicitou a inclusão de um documento que cria um grupo de 70 pessoas para participar ativamente do sínodo. O colegiado será formado por indivíduos que não são bispos, mas representantes de coletivos com alguma relação à Igreja Católica.
As 70 pessoas serão escolhidas pelo sacerdote a partir de uma lista com 140 nomes recomendados por 7 conferências internacionais de bispos. O Vaticano recomendou que metade dos nomes sejam de mulheres.
Líder do Vaticano desde 2013, papa Francisco tem se destacado nos últimos anos por acenos a uma maior participação feminina nas decisões do país. Em 2021, ele indicou Raffaelle Petrini ao 2º cargo mais alto no governo, o de secretária-geral de governança.
No mesmo ano, a freira Alessandra Smerilli foi indicada ao 2º cargo mais alto no escritório de desenvolvimento do Vaticano.
O cardial Mario Grech, secretário-geral do secretariado geral do sínodo, disse à imprensa que o voto feminino é uma conquista importante, mas manteve o tom conservador característico da Igreja Católica.
“Isto não é uma revolução, mas uma importante mudança”, afirmou Grech.
O Sínodo dos Bispos será realizado de 4 a 29 de outubro deste ano.
Por Poder360/ Foto: Remo Casilli/ AP