Quatro jovens foram presos suspeitos de envolvimento na morte do líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem. Ele desapareceu no início do mês ao sair de barco para levar o grupo para um passeio na Represa Billings, Zona Sul de São Paulo, e foi achado morto dias depois. Até então havia a suspeita de afogamento, mas um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que ele morreu por asfixia mecânica e tinha uma marca no pescoço.
Segundo o laudo do IML, a lesão encontrada na vítima provavelmente foi feita por um mata-leão ou por um aperto com as mãos no pescoço. Além disso, não havia água nos pulmões de Ferrugem, o que comprova que ele não se afogou.
Assim, a Justiça decretou na quarta-feira (28) a prisão temporária dos quatro jovens que acompanhavam o líder ambiental no passeio. Logo depois do desaparecimento, eles foram ouvidos pela Polícia Civil e disseram que Ferrugem e uma outra jovem caíram na água depois de um tranco no barco. Porém, apenas a moça foi resgatada e o líder ambiental sumiu na represa. Agora, no entanto, o laudo do IML comprovou que ele foi morto antes de ser jogado na água.
O advogado André Nino, que representa os quatro jovens, disse em entrevista ao site G1 que a prisão deles é injusta, já que eles negam qualquer agressão à vítima e dizem que foi um acidente. Um deles chegou a mencionar que tentou impedir que o líder ambiental se afogasse, mas logo ele desapareceu na água.
O defensor destacou, ainda, que aguarda uma audiência de custódia para esta quinta-feira (25). “A nosso ver não há nada que justifique a prisão porque eles não estão atrapalhando as investigações”, destacou Nino.
Por enquanto, os suspeitos estão no 101º Distrito Policial à disposição da Justiça.
Adolfo é formado em história e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. A esposa dele, Uiara Duarte, acompanhou o trabalho dos bombeiros até que o corpo foi localizado, dias depois do desaparecimento.
Relembre o caso
De acordo com o boletim de ocorrência, Adolfo saiu por volta das 19h30 do dia 1º de agosto da região conhecida como Cantinho do Céu. Ele costumava fazer passeios pela Represa Billings e foi contratado por dois casais.
Em depoimento à polícia, um dos passageiros contou que logo após o início do passeio o barco deu um tranco e uma das jovens caiu na água. Ferrugem, então, mergulhou para resgatá-la. A garota foi salva pelos demais ocupantes da embarcação, mas o líder ambiental não foi mais encontrado.
Assim, os passageiros conduziram o barco de volta ao ponto de partida. Eles disseram que, ao chegar, foram agredidos por populares ao contar sobre o desaparecimento de Ferrugem.
O caso foi inicialmente registrado pela Polícia Civil como desaparecimento de pessoa, portanto, tratava-se de um boletim de ocorrência de natureza não criminal. No entanto, depois que o corpo de Ferrugem foi encontrado e o laudo apontou que ele morreu antes de cair na água, passou a ser investigado o homicídio e foi pedida a prisão temporária dos envolvidos.
*Com informações do Metro Jornal