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são paulo

O estado de São Paulo registrou novo recorde de mortes pela Covid-19 em um único dia, e com aumento em grande escala. O total de óbitos no período de 24 horas, que no auge da primeira onda por poucas vezes passou de 400, chegou ontem a 679. O recorde anterior era da última sexta-feira, com 521 mortes, e já demonstrava o crescimento da letalidade com o avanço da pandemia.

A média móvel de óbitos, que considera os últimos sete dias, não para de subir desde 7 de março, quando estava em 281, e ontem alcançou o índice 400, com outro recorde.

O aumento no número de óbitos tem acompanhando a alta entre os casos, já sob influência das novas variantes, e também das internações, que mudaram de perfil.

Na primeira onda, os idosos e pessoas com comorbidades eram maioria nos hospitais. Agora, a maior pressão nos leitos está sendo exercida por jovens adultos, sem doenças prévias, e que têm passado mais tempo internados.

Essa maior permanência tem diminuído a rotatividade e faz com que faltem vagas para atender os casos graves que chegam – provocando mais mortes, até mesmo de gente na fila.

Vêm daí o aperto nas restrições e o apelo das autoridades para que as pessoas fiquem isoladas e evitem se contaminar, pois os hospitais se aproximam do colapso.

Mesmo com a expansão dos leitos (mais de mil só nos últimos dez dias), a taxa de ocupação das UTIs está quase no limite e atingiu ontem 89%. Em 48 cidades, o índice já está em 100%.

Em todo o estado, centenas de hospitais também estão com sua ocupação máxima e esse estrangulamento provocou algo inédito na capital: a prefeitura revelou ontem que a rede privada está pedindo para transferir pacientes para a rede pública.

Ao menos 15 hospitais particulares já solicitaram vagas do SUS (Sistema Único de Saúde) para atender doentes com covid-19 que pagam plano de saúde, mas que não podem ser atendidos agora pelas unidades conveniadas, que estão superlotadas.

“A pandemia criou esse tipo de necessidade, infelizmente. Não estamos dando conta da pressão tanto no sistema privado quanto no público”, afirmou ontem o secretário da Saúde da capital, Edson Aparecido.

ESTADO NÃO DESCARTA LOCKDOWN,  JÁ ADOTADO EM ALGUMAS CIDADES

Vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM) disse ontem que o estado de São Paulo não descarta a possibilidade de determinar restrições ainda mais severas, como um lockdown, mas ponderou que essas ações seriam mais efetivas se houvesse apoio do governo federal.

“Se nós tivéssemos uma coordenação nacional seria possível limitar muito a circulação de pessoas. Todos os aeroportos de São Paulo estão abertos, por exemplo”, disse em entrevista à GloboNews e citando um serviço de competência da União.

No lockdown, a movimentação das pessoas fica proibida (salvo em casos específicos) e as cidades podem contar com apoio das Forças Armadas para impor o isolamento.

Desde segunda-feira, todo o estado de São Paulo está na fase emergencial da quarentena, que permite o funcionamento só dos serviços essenciais e recomenda um toque de recolher entre 20h e 5h.

Ainda assim, com a escalada da pandemia, algumas regiões estão apertando o cerco, como as de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, que começam lockdown hoje, como já fez Araraquara. Na capital, a prefeitura mandou fechar as escolas também a partir desta quarta-feira.

*Por André Vieira – Metro /Foto: site Cidade 3D