Produção industrial avança 0,9% em dezembro, acima do esperado, mas fecha 2020 com queda de 4,5%

Em dezembro de 2020, a produção industrial cresceu 0,9% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, divulgou o IBGE nesta terça-feira (2). Apesar da desaceleração após a alta de 1,10% em novembro, o dado veio acima da média da Refinitiv que indicava alta de 0,3% na base mensal.

Após oito meses de alta, o setor acumulou crescimento de 41,8%, eliminando a perda de 27,1% registrada entre março e abril, que havia levado a produção ao nível mais baixo da série.

O IBGE destacou que, mesmo com o desempenho positivo nos últimos meses, a indústria ainda se encontra 13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011. Em relação a dezembro de 2019, na série sem ajuste sazonal, a indústria avançou 8,2%.

A atividade industrial nacional teve oito meses seguidos de crescimento, acumulando uma alta de 41,8% até dezembro. Assim, eliminou a perda de 27,1% registrada em março e abril, momento de agravamento do isolamento social por conta da pandemia de Covid-19. Com esses resultados, o setor industrial se encontra 3,4% acima do patamar de fevereiro de 2020.

O avanço de 0,9% da atividade industrial na passagem de novembro para dezembro alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 26 ramos pesquisados.

Entre as atividades, as influências positivas mais relevantes, na comparação com novembro (série com ajuste sazonal), foram da Metalurgia (19,0%), de Veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e das Indústrias extrativas (3,7%). Metalurgia avançou 58,6% entre julho e dezembro. Veículos automotores, reboques e carrocerias acumula expansão de 1.308,1% em oito meses consecutivos de crescimento na produção, eliminando, dessa forma, a perda de 92,3% registrada no período de março a abril. Já a Indústria extrativa interrompeu três meses de resultados negativos consecutivos, que acumularam redução de 12,3%.

Outras contribuições positivas importantes para a indústria vieram de Máquinas e equipamentos (6,0%), Produtos têxteis (15,4%), Confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), Produtos de borracha e de material plástico (4,8%), Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,4%), Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%) e Produtos de metal (2,9%).

Por outro lado, entre as nove atividades que tiveram queda na comparação com novembro, os principais impactos negativos vieram de Produtos alimentícios (-4,4%), que acumula redução de 11,0% em três meses de queda; Bebidas (-8,1%), que reverteu o crescimento de 1,7% registrado em novembro; e Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), que acumula perda de 3,2% em três meses consecutivos de queda na produção, o que eliminou parte do avanço de 10,1% acumulado de julho a setembro.

Entre as grandes categorias econômicas, em relação a novembro de 2020, os Bens de capital (2,4%) e os Bens de consumo duráveis (2,4%) tiveram as maiores taxas positivas, com ambas marcando o oitavo mês seguido de expansão e acumulando, nesse período, avanços de 134,9% e 565,7%, respectivamente. Bens de capital e Bens de Consumo duráveis estão 14,9% e 5,1% acima do patamar de fevereiro.

O setor produtor de Bens intermediários (1,6%) também registrou crescimento em dezembro e acima da média da indústria (0,9%), revertendo os resultados negativos de outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%). Por outro lado, o segmento de Bens de consumo semi e não-duráveis, com o recuo de 0,5%, apontou a única taxa negativa do mês e eliminou parte do avanço de 1,2% em novembro.