O papa Francisco autorizou oficialmente, por meio do Código de Direito Canônico, que as mulheres sejam leitoras e acólitas no altar. A decisão não significa que elas possam ser ordenadas padres e algumas já ocupavam essas funções com o aval dos bispos. No entanto, o anúncio é visto como um progresso no Vaticano.
Com um “motu propio”, uma lei papal especial, Francisco formalizou a contribuição das mulheres no altar e reconhece as duas funções específicas durante as celebrações litúrgicas.
Trata-se de um dos temas abordados em outubro de 2019 durante o sínodo (assembleia dos bispos) dedicado à Amazônia. Nele, os bispos da região recomendaram conceder às mulheres leigas mais funções dentro da Igreja (os chamados “ministérios”), devido às dificuldades em áreas remotas, onde faltam padres.
A norma oficializa o que até agora era permitido apenas como exceção, diante das necessidades pastorais em muitos lugares.
Longe de serem padres
Embora o papa permita que as mulheres subam ao altar, ele permanece avesso a qualquer forma de ordenação de mulheres. Mas a ideia chegou a ser debatida pelos bispos da Amazônia e tem o apoio dos prelados progressistas da Alemanha.
Em abril, o papa Francisco anunciou a criação de uma comissão de estudo para considerar a ordenação de mulheres diáconas, um primeiro passo para se tornarem sacerdotes. Os diáconos podem se casar, podem proferir o sermão na missa, realizar batismos, casamentos e funerais. Não podem, no entanto, celebrar missas, dar a eucaristia, ou absolver pecados após a confissão. Estas funções são reservadas aos padres.
Em uma carta, o papa explicou que sua decisão “amplia os horizontes da missão da Igreja, evitando que ela se feche em lógicas estéreis destinadas acima de tudo a reivindicar espaços de poder”.
O pontífice argentino é a favor de um maior espaço para os leigos dentro da Igreja e, em particular, para as mulheres, especialmente em suas instituições.
*Com informações da AFP / Foto: