As bolsas mundiais operam sem direção única nesta sexta-feira, enquanto os investidores digerem as mudanças na política monetária dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o mercado reage às notícias de que o primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, vai renunciar.
Os futuros de Nova York operam em alta depois de um dia de novos recordes. Já na Europa, os mercados seguem direções opostas. Na Ásia, destaque para o índice Nikkei 225, do Japão, que caiu 1,41%.
No Brasil, o mercado aguarda novas definições sobre o novo programa social do governo, chamado de Renda Brasil. A expectativa é que Paulo Guedes leve a Jair Bolsonaro apenas a prorrogação do auxílio emergencial e deixe para depois o polêmico Renda Brasil.
1. Bolsas mundiais
Os mercados mundiais operam sem direção definida nesta manhã, enquanto os investidores digerem as mudanças na política monetária dos Estados Unidos. Na véspera, o Federal Reserve anunciou uma grande alteração em sua política, dizendo estar disposto a permitir que a inflação aumente um pouco mais que o normal como forma de apoiar o mercado de trabalho e a economia em geral. Ao mesmo tempo, o mercado reage às notícias de que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, vai deixar o cargo.
Os futuros de Nova York operam em alta, enquanto os índices das bolsas europeias dão sinais mistos. Os futuros da Dow Jones sobem 0,56%, enquanto os do S&P 500 avançam 0,39%. Ontem, o S&P 500 atingiu um novo recorde histórico pelo quinto dia consecutivo.
No mercado europeu, o Euro Stoxx recua 0,18%. O DAX, principal índice acionário da Alemanha, cai 0,15%. Ao mesmo tempo, outras bolsas europeias estão em alta.
O FTSE 100, de Londres, sobe 0,22%, enquanto o CAC, de Paris, sobe 0,04%. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, tem alta de 0,54%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 0,40%, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,56%.
*Veja o desempenho dos mercados, às 7h00 (horário de Brasília):
Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,38%
*Nasdaq Futuro (EUA), 0,00%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,53%
Europa
*Dax (Alemanha), -0,10%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,32%
*CAC 40 (França), +0,08%
*FTSE MIB (Itália), +0,51%
*Nikkei 225 (Japão), -1,41% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,56% (fechado)
*Shanghai SE (China), +1,60% (fechado)
*Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 43,06 o barril
*Petróleo Brent, +0,04%, a US$ 45,11 o barril
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em queda de 1,40%, cotados a 832.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 121,32 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,86195
*Bitcoin, US$ 11.423,55, +0,09%
2. Agenda
Hoje a FGV vai divulgar o IGP-M de agosto, às 8h. O mercado também aguarda, às 9h, os dados da Pnad Contínua do segundo trimestre, elaborada pelo IBGE com estimativa de alta da taxa de desemprego a 13,6%, ante dado anterior de 13,3%.
O Banco Central vai detalhar a política monetária e as operações de crédito de julho às 9h30, enquanto o Tesouro divulga o resultado primário do governo às 14h30. O balanço do governo central deve mostrar déficit primário de R$ 98,5 bi em julho, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de um déficit de R$ 194,7 bi na medição anterior.
Nos Estados Unidos, são esperados dados de gastos pessoais de julho às 9h30. e o índice de confiança da Universidade de Michigan.
3. Orçamento
O governo aumentou o valor que será previsto no Orçamento para a realização de obras de infraestrutura. Em vez dos R$ 5 bilhões que vinham sendo cogitados, o presidente Jair Bolsonaro optou pelo valor de R$ 6,5 bilhões, segundo O Globo. A decisão teria sido influenciada por pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Dos R$ 6,5 bilhões, R$ 3,3 bilhões terão o destino indicado por parlamentares aliados ao governo, pavimentando o caminho para a reeleição presidencial. Os ministérios do Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura devem receber R$ 1,6 bilhão cada.
A divergência sobre o valor destinado a obras públicas foi um dos motivos que causaram o adiamento do Pró-Brasil, que estava previsto para a última terça-feira. Embora o valor tenha ficado acima do que o ministro da Economia queria, o montante ficou dentro do teto de gastos.
Hoje, o mercado aguarda novas definições sobre o novo programa social do governo, chamado de Renda Brasil. Os atritos em torno deste assunto têm desgastado a relação entre Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes.
De acordo com a Folha, o impasse na elaboração do programa pode levar o governo a prorrogar o auxílio emergencial não apenas até dezembro, mas também nos primeiros meses de 2021.
No entanto, o ministério da Economia avalia que o governo não tem os recursos para fazer esses pagamentos. Isso porque as regras fiscais seriam desrespeitadas, ou seria necessário fazer cortes em programas sociais existentes, algo que o presidente vetou.
Segundo o blog de Gerson Camarotti, do G1, a equipe econômica do governo chegou ao valor pedido pelo presidente para a prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano: R$ 300. Com isso, o anúncio do programa Renda Brasil ficará para um segundo momento, já que a equipe econômica deve apresentar novos cálculos para que o presidente tome a decisão.
Bolsonaro e os ministros envolvidos no assunto devem se reunir no Palácio do Planalto. A proposta de Orçamento para 2021 deve chegar à Câmara na próxima segunda-feira (31), prazo final para a entrega.
4. Repasse ao Tesouro
O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Central a repassar R$ 325 bilhões das reservas de resultado cambial ao Tesouro Nacional para o pagamento da dívida pública.
De acordo com o Estado de S.Paulo, o valor ficou abaixo do que foi pedido pelo Ministério da Economia porque o BC se mostrou resistente à operação. Em nota divulgada nesta quinta, o conselho informou ainda que o valor a ser repassado pelo BC ao Tesouro poderá ser ampliado “caso haja necessidade”
O repasse é considerado necessário para garantir ao Tesouro maior conforto na gestão da dívida pública num momento de aumento de gastos e maior dificuldade para o País se financiar no mercado.
Com a crise, o colchão de liquidez do Tesouro, que é o caixa do governo para financiar a dívida pública, chegou ao mínimo recomendado. A secretaria, no entanto, não divulga o valor.
5. Radar corporativo
No ambiente empresarial, os investidores aguardam hoje os resultados do segundo trimestre da EDP Energias do Brasil e do IRB Brasil, após o fechamento do mercado.
Chama atenção também o pedido de abertura de capital da varejista Havan, que pode captar até R$ 10 bilhões para expandir seus negócios. A Cury Construtora, controlada pela Cyrela, também protocolou seu prospecto preliminar.
Já a Petrobras fechou a venda de campos terrestres no ES por US$ 155 milhões.
(Com Bloomberg e Agência Estado)