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Estudo da Fiesp indicou 23 produtos e 33 itens cujas exportações para China e Estados Unidos, respectivamente, foram objeto de aumento após o início da vigência das tarifas adicionais aplicadas bilateralmente

 

Estudo elaborado pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp identificou que as tensões comerciais entre China e Estados Unidos podem abrir oportunidades para as exportações de produtos originários do Brasil.

No caso da China, foram identificados ao menos 23 produtos brasileiros que foram objeto de aumento nas exportações àquele país. Os destaques foram algodão não cardado nem penteado, outros açúcares de cana, fumo não manufaturado e minérios de cobre e seus concentrados, entre outros. Em relação aos Estados Unidos, a seleção identificou 33 produtos, incluindo: tolueno, óleos leves e preparações, Ferrossilício, partes reconhecíveis de máquinas, copolímeros de propileno, em formas primárias, outros açúcares de cana, de beterraba e sacarose, entre outros.

Para que fosse possível conhecer os principais nichos com potencial de exploração pelo Brasil nos dois mercados, o estudo buscou identificar os principais produtos brasileiros que sofreram aumento nas exportações à China e aos Estados Unidos após o início das tensões comerciais. Foram selecionados itens que já possuíam regularidade nos embarques aos EUA e à China; foram objeto de incremento nas exportações do Brasil após o início das sobretaxas; e competem com produtos chineses ou norte-americanos que são alvo das tarifas adicionais.

Embora ganhos econômicos concretos para o Brasil pareçam conviver com a imposição das sobretaxas entre os dois países, o estudo não busca estabelecer uma relação de causa e efeito entre a imposição de sobretaxas entre Estados Unidos e China, de um lado, e o aumento das exportações brasileiras a estes países, de outro.

Nesse sentido, é preciso considerar que o aumento das exportações brasileiras a ambos os países está sujeito à influência de outras variáveis, incluindo estratégias corporativas – não só de produtores brasileiros, mas também de multinacionais que buscam adequar-se globalmente às novas condições comerciais entre China e Estados Unidos. Não obstante, a lista pode ajudar a identificar oportunidades de acesso a mercado, antes inexistentes ou desconsideradas pelos exportadores brasileiros.

Até o mês de junho de 2019, a escalada das restrições comerciais entre China e Estados Unidos envolveu um total de 12.884 linhas tarifárias, que é o resultado da soma entre os 6.866 itens afetados pela sobretaxa aplicada pelos norte-americanos e 6.018 produtos afetados pelas retaliações chinesas. O universo da disputa concentra-se em máquinas e equipamentos (17,6%), produtos químicos (8,2%) e produtos farmacêuticos (3,5%).