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O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontará, hoje (09), por volta das 16h15, o valor de RR 500 bilhões. O montante representa o total de tributos (impostos, taxas, contribuições e multas) que a população brasileira já pagou desde o dia 1o de janeiro de 2019. A marca de R$ 500 bilhões vai chegar cinco dias antes do que em 2018, revelando que o painel está girando mais rapidamente e, portanto, o bolo tributário continua a crescer.
Desse valor, 59% correspondem a tributos federais, 29% estaduais e 12% municipais. “Chama a atenção a alta porcentagem de 59% que vai para a União, enquanto os municípios ficam com apenas 12% da arrecadação brasileira. É nos municípios que as pessoas vivem, moram, trabalham. Por isso, eles precisam ter condições de investir em saúde, saneamento, transporte, educação, segurança e tantos outros serviços que exigem bastante dinheiro”, avalia Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
De acordo com levantamento encomendado pela ACSP ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os municípios que mais terão contribuído para o valor R$ 500 bilhões registrado pelo Impostômetro são, em ordem decrescente: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador.
“Diferentemente do que era o Brasil agrário da década de 1960, hoje o País é quase totalmente urbanizado. Isso resultou na grande concentração de pessoas nas capitais, o que elevou o peso tributário das mesmas, mas também fez com que esses centros precisassem de mais dinheiro para criar uma infraestrutura capaz de atender tanta gente”, afirma Burti.
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) o tributo que mais contribui para o meio trilhão de reais que o Impostômetro mostrará, segundo o levantamento. Em segundo lugar aparece o IR (Imposto de Renda), depois vêm Previdência, Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e FGTS.
“O sistema tributário brasileiro é altamente focado no consumo, característica capaz de ser alterada numa reforma. Chama atenção o fato de que a tabela do IR para as pessoas físicas não vem sendo corrigido pela inflação há alguns anos, o que aumenta o peso desse tributo para o cidadão”, comenta Burti. “Além disso, o IPTU também vem sendo reajustado acima da inflação em várias capitais, especialmente São Paulo”, complementa o presidente da ACSP, que finaliza: “O Brasil precisa de uma reforma tributária que simplifique a cobrança, equilibre a arrecadação entre os entes públicos e, no mundo ideal, reduza a carga tributária”.
O Impostômetro foi implantado em 2005 pela ACSP para conscientizar os brasileiros sobre a alta carga tributária e incentivá-los a cobrar os governos por serviços públicos de mais qualidade. Está localizado na sede da ACSP, na Rua Boa Vista, centro da capital paulista. Outros municípios e capitais se espelharam na iniciativa e instalaram seus painéis. No portal www.impostometro.com.br é possível visualizar valores arrecadados por período, estado, município e categoria.