Mais uma criança morreu na noite desta quinta-feira (5) após ter sido queimada em uma creche de Janaúba, no Norte do Minas Gerais. Assim, sobe para cinco o número de alunos mortos.
Segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o menino estava sendo transportado de Janaúba para Montes Claros. Renan Nicolas dos Santos Silva tinha 4 anos.
Inicialmente, os bombeiros haviam informado que uma menina, Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, também tinha morrido ontem. No entanto, a informação foi corrigida nesta manhã. A menina teve parada cardíaca ao ser levada para Montes Claros, mas foi reanimada.
A creche em que eles estavam foi incendiada pelo vigia noturno Damião Soares dos Santos, de 50 anos, segundo a polícia. Ele também morreu horas depois.
Também na noite desta quinta morreu, em Janaúba, a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos. Ela estava com 90% do corpo queimado. A informação da morte foi dada por Ricardo Tolentino, diretor da Fundação Hospitalar de Janaúba, onde ela estava internada.
Segundo o Instituto Médico-Legal da cidade, também morreram no ataque:
- Ana Clara Ferreira Silva, 4 anos
- Luiz Davi Carlos Rodrigues, 4 anos
- Juan Pablo Cruz dos Santos, 4 anos
- Juan Miguel Soares Silva, 4 anos
Outras 38 pessoas seguem internadas, 22 das quais crianças, segundo o Corpo de Bombeiros.
Autor do ataque
De acordo com a prefeitura, Damião Soares dos Santos era funcionário efetivo desde 2008. Ele ficou de férias de julho a agosto e, ao retornar ao trabalho, no mês de setembro, alegou problema de saúde e foi afastado.
Ainda segundo a prefeitura, Damião foi à creche na manhã desta quinta entregar o atestado médico e cometeu o crime. A prefeitura não informou qual era o problema de saúde alegado pelo funcionário.
Ele foi levado para o hospital com queimaduras no corpo inteiro e morreu cerca de três horas depois. O motivo do ataque ainda não foi esclarecido.
O delegado Bruno Fernandes Barbosa informou nesta quinta que o vigia tinha dito a familiares que “essa semana iria morrer”. Segundo familiares, desde 2014 ele já apresentava “sinais de loucura”. “Ele alegava que a mãe dele estava envenenando a água, e que isso estava trazendo problemas”, disse Bruno.
Na casa de Damião, a polícia encontrou cartas escritas por ele, nas quais dizia ter predileção e afeto por crianças. Também foram achados galões de combustível. “Encontramos seis ou sete galões de cinco litros com álcool”, disse o delegado.
A perícia indica que ele fechou três salas da creche, onde havia entre 55 e 60 pessoas, segundo Bruno. O homem teria ainda segurado as crianças, impedindo que elas saíssem. Uma professora tentou conter a ação de Damião e chegou a lutar com ele.
Foto: Reprodução
Fonte: CorreioBraziliense
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