À medida que incertezas aumentam e a concorrência se torna mais acirrada, os empresários precisam desenvolver uma visão sobre como manter a relevância de seus negócios em um ambiente em mudança. E uma das soluções para se manter no topo é estar aberto a mudanças.
Sobre isso, de acordo com uma pesquisa de uma multinacional do setor de auditoria, 76% dos mais de 1,5 mil CEO’s ouvidos defenderam que a capacidade de se adaptar às mudanças fará com que os seus negócios saiam na frente de outros.
Apesar do reconhecimento, ações disruptivas concretas ainda são insuficientes, de acordo com os próprios empresários. Em outro levantamento realizado por uma aceleradora, somente 39% dos entrevistados disseram que o nível de inovação em suas empresas foi o suficiente nos últimos três anos. Dentre os ouvidos, 32,5% falaram que o nível foi moderado e 27,6% defenderam que o nível de disrupção foi baixo no período.
Quando mudanças e adaptações não acontecem, às vezes é preciso que o empreendimento se reinvente. Neste contexto, é primordial que os empresários pensem se suas ofertas atendem e satisfazem as necessidades reais dos consumidores. Os desenvolvimentos tecnológicos recentes e a velocidade com que empresas jovens e ágeis testam e aplicam novos modelos de negócios tornam, porém, a resposta a essa questão não mais trivial.
Luciano Figueira, especialista em gestão e estratégia empresarial da Assertia, argumenta que a mesma fluidez nos negócios que gera e elimina aplicativos para smartphones que não resolvem nenhum problema real, acaba criando soluções para grandes negócios.
Ele cita, como exemplo, o caso do empreendimento norte-americana Zappos, que se tornou uma bilionária varejista online de calçados tendo começado sua operação na forma de um catálogo online composto por fotos de produtos tiradas das vitrines de lojistas convencionais. Os pedidos eram recebidos por e-mail, os produtos eram adquiridos naqueles lojistas, reembalados e enviados aos clientes por correio pelo próprio fundador.
“O comportamento do cliente sempre muda. Recentemente, em razão da crise econômica ou mesmo pela adesão a um estilo de vida mais simples, os consumidores optaram por satisfazer suas necessidades em suas comunidades próximas. Grandes supermercados vêm perdendo espaço para centros de compra menores que valorizam a experiência do convívio”, diz Luciano.
O especialista lembra que depois de competir por relevância e pela preferência dos clientes, as empresas não podem baixar a guarda frente ao desafio constante de sustentar a vantagem enquanto buscam continuamente a renovação.
Luciano Figueira afirma que a velocidade do mundo moderno acaba, muitas vezes, fazendo com que empresas percam o ritmo de um desempenho funcional e atual. Em cenários como esse é preciso repensar e, às vezes, até reiniciar um negócio.
Ele pontua que na era das mudanças é preciso questionar alguns métodos e lista algumas estratégias para manter o negócio relevante ao longo do tempo de forma rentável:
– Reveja o modelo de negócio e certifique-se que está em sintonia com os avanços do mercado;
– Faça uma autoavaliação que permita identificar claramente gaps do ambiente interno e externo da empresa, além de ações necessárias para retomada do desempenho;
– Tenha decisões rápidas e com potencial transformador;
– Evite a complacência com baixos resultados crônicos, tampouco a imobilidade diante de dificuldades;
– Não se esqueça de avaliar as posições de liderança de acordo com o organograma. Caso algo precise ser mudado, repense as posições de acordo com as necessidades estratégicas;
– Invista sempre na comunicação interna para manter projetos, missões e valores e objetivos alinhados;
– Use tecnologias de gestão que podem otimizar e simplificar vários processos, da produção até o relacionamento com clientes.
Estes e outros assuntos serão comentados por Luciano Figueira no workshop “Reinicie a sua empresa”. O evento será realizado nos dias 5 e 6 de novembro na cidade de São Paulo.
“Na oportunidade, conduzirei empresários numa autoavaliação e os capacitarei em ferramentas que os permitirão monitorar a evolução de seus negócios, para que permaneçam competitivos em um mundo em constante mudança”, explica Luciano.