Dietas restritivas podem causar complicações à saúde e resultados indesejados

No verão, muitas pessoas resolvem adotar dietas que restringem a ingestão de um determinado grupo ou tipo de alimento para tentar perder peso mais rápido. Porém, essa prática, sem acompanhamento médico e nutricional, pode causar complicações à saúde e ter consequências indesejadas a longo prazo, como o efeito sanfona.

Cortar o glúten e a lactose das refeições são algumas das dietas adotadas mais populares, mas nem todo mundo precisa ou deveria aderir a elas.  “Estas dietas devem ser iniciadas após um diagnóstico médico e prescritas por um profissional especializado, para que, depois de um determinado período, a pessoa que aderiu à dieta  não apresente deficiência de vitaminas, macro e micronutrientes”, diz Adriana Piva, nutricionista do Hospital São Luiz Jabaquara.

Todo tipo de dieta, para ter um bom resultado, necessariamente precisa ser acompanhada por um profissional de nutrição, para que não cause prejuízos à saúde do paciente. “Tomamos como exemplo aquela pessoa que exclui alimentos com lactose e que futuramente poderá ter deficiência de cálcio e má absorção de vitamina D. Por isso, há a necessidade de acompanhamento nutricional, em que é realizada a suplementação vitamínica, evitando as deficiências e as doenças ocasionadas pela falta de ingestão destes micronutrientes”, explica a nutricionista.

Em alguns casos, a restrição de alimentos é indicada, como acontece com os pacientes intolerantes a alimentos específicos. A intolerância à lactose, por exemplo, é a incapacidade de digerir um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos. Isso acontece devido à falta da enzima lactase, que realiza a sua digestão.

O mesmo acontece com o glúten, que deve ser restrito para as pessoas que sejam portadoras da doença celíaca. Para o restante, não há impedimento de consumo. “A dieta deve ser orientada com base na pirâmide alimentar, nas proporções corretas para que não se tenha deficiências e em quantidades suficientes de acordo com o peso e estatura, que podem ser calculados e ajustados”, explica Adriana.

Portanto, ao adotar dietas restritivas, em caso de recomendação médica, o principal cuidado é o acompanhamento por profissionais que avaliam a condição nutricional e os exames laboratoriais. Assim, é possível evitar deficiências e realizar reposição com suplementação, se necessário, e substituição apropriada de alimentos.

Foto: Reprodução


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