BRASÍLIA — Em meio a um desafio político sobre como tratar o presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Dias Toffoli , que, ao mesmo tempo que desagradou o partido ao barrar a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva, será importante em decisões futuras sobre o ex-presidente, a comissão executiva do PT decidiu endurecer o tom na reação à medida do ministro.
Em nota publicada nesta quinta-feira, em que fala sobre “tutela inconstitucional das Forças Armadas sobre a mais alta corte de Justiça”, o PT diz que, “ao revogar, de forma sem precedentes, a liminar do ministro Marco Aurélio, o presidente do STF, Dias Toffoli, cedeu a um verdadeiro motim judicial, com um claro viés político-partidário”.
Um detalhe revela o embate político vivido internamente pelo PT: essa foi a segunda versão da nota. Na primeira, publicada pouco antes no site de Lula e depois apagada, não havia menção a Toffoli.
Embora tenha acabado com o sonho petista de ver Lula solto, poucas horas depois da liminar de Marco Aurélio Mello que determinou a soltura de todos os presos em razão de condenação na segunda instância, Toffoli tem, na presidência do Supremo, papel fundamental nas decisões da Corte que interessam a Lula e ao PT.
É ele quem decide a pauta de julgamentos. Foi ele, por exemplo, que decidiu marcar para 10 de abril do ano que vem o julgamento sobre prisões depois da segunda instância, que, mais uma vez, terá impacto na vida de Lula. Por isso, desde a decisão de ontem, o partido formulava que tom usar em relação ao ministro.
Fonte: O Globo