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Míssil lançado pela Coreia do Norte é capaz de atingir todo território americano

A emissora de TV norte-coreana KCTV anunciou nesta quarta-feira (29) que o último projétil lançado pelo país é um novo modelo do míssil balístico intercontinental (ICBM), batizado de Hwasong-15, capaz de alcançar “todo o território dos Estados Unidos”.

O primeiro teste de um míssil norte-coreano desde meados de setembro acontece uma semana depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, recolocar a Coreia de Norte em uma lista de países que, afirma Washington, apoiam o terrorismo, permitindo a imposição de novas sanções.

O míssil, que foi disparado na terça no Mar de Japão, voou mais de 900 km alcançando mais de 4.000 km de altitude, o que representa a máxima altura atingida até o momento por um projétil norte-coreano e indica um novo e perigoso avanço para o programa de armas do regime.

Como o regime costuma a fazer, a veterana apresentadora Ri Chung-hee anunciou em tom solene o “bem-sucedido” lançamento que “Kim Jong-un autorizou e testemunhou pessoalmente”, e que foi o primeiro de Pyongyang após dois meses e meio.

“Após assistir ao lançamento com sucesso do novo modelo de ICBM Hwasong-15, Kim Jong Un declarou com orgulho que agora finalmente realizamos a grande causa histórica de completar a força nuclear do Estado, a causa de construir uma potência de mísseis”, disse, em comunicado lido na TV.

Desconfiança

A Coreia do Norte se descreveu como uma “potência nuclear responsável”, afirmando que suas armas estratégicas foram desenvolvidas para defender o país “da política de chantagem e da ameaça nuclear dos imperialistas dos EUA”.

Muitos especialistas na área nuclear afirmam que a Coreia do Norte ainda precisa provar que dominou todas as barreiras técnicas, incluindo a capacidade de instalar uma pesada ogiva nuclear de maneira confiável em um ICBM, mas eles acreditam que isso ocorrerá em breve.

“Não temos que gostar disso, mas vamos ter que aprender a conviver com a capacidade da Coreia do Norte de atingir os Estados Unidos com armas nucleares”, disse Jeffrey Lewis, chefe do programa de não-proliferação para o leste asiático do Instituto Middlebury de Estudos Estratégicos.Preocupação

Estados Unidos, Japão e a Coreia do Sul pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para abordar o lançamento norte-coreano, informou uma fonte oficial, segundo a France Presse.

Em resposta ao disparo norte-coreano, as Forças Armadas da Coreia do Sul conduziram um lançamento de míssil de “ataque de precisão”, segundo os militares citados pela Yonhap. A agência não deixa claro qual o alvo deste projétil.

A China expressou “profunda preocupação e oposição ao lançamento” do míssil e pediu “encarecidamente à Coreia do Norte que atenda às resoluções do Conselho de Segurança da ONU e interrompa as ações que elevem as tensões na península”, em nota do Ministério das Relações Exteriores do país.

O governo russo acredita que a ação irá provocar mais tensões na península coreana, de acordo com a Reuters. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou espera que todos os lados envolvidos possam se manter calmos, o que é necessário para evitar o pior cenário possível na região.

Sanções

O último míssil disparado pela Coreia do Norte, um Hwasong-12 de alcance intermediário, foi lançado no dia 15 de setembro, sobrevoou o Japão e caiu no Oceano Pacífico.

A comunidade internacional condena os disparos de mísseis e considera os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte violações contra as resoluções da ONU.

No dia 11 de setembro, o Conselho de Segurança da Organização impôs, por unanimidade, a proibição das exportações de produtos têxteis do país e limitou as importações de petróleo. Aquela foi a nona resolução de sanções aprovada por unanimidade pelo conselho de 15 membros desde 2006 sobre os programas de mísseis balísticos e nuclear da Coreia do Norte.

As sanções mais recentes foram uma resposta ao teste com uma bomba de hidrogênio, o sexto teste nuclear do país dos últimos 11 anos, ocorrido em 3 de setembro.

 

Foto: KCNA via Reuters

Infográfico: G1

Fonte: G1