Após a chegada das primeiras 100 mil doses da vacina Sputnik V nesta semana, o presidente Nicolás Maduro anunciou que a imunização contra a Covid-19 começa nesta quinta-feira (18) na Venezuela.
“Amanhã, quinta-feira, 18 de fevereiro, iniciaremos a vacinação de todo o pessoal de saúde do país e dos grupos prioritários”, disse Maduro em entrevista coletiva no palácio presidencial de Miraflores em Caracas nesta quarta-feira (17).
Para reduzir a desconfiança contra o produto, o presidente venezuelano afirmou que ele e sua mulher, Cilia Flores, serão imunizados assim que puderem, conforme as prioridades estabelecidas pelo plano de vacinação do país. Maduro chamou a Sputnik V de “vacina mais segura do mundo”.
A Venezuela recebeu no sábado (13) o primeiro lote, que representa apenas 1% da compra de 10 milhões de doses acertada em novembro com Moscou.
Apesar de ainda não haver data anunciada para a próxima entrega, Maduro voltou a reiterar que espera que a vacinação em massa comece no país de quase 30 milhões de habitantes em abril.
Deputados e funcionários do governo entraram na lista como “prioritários”
O plano de vacinação detalhado pelo presidente venezuelano começa com profissionais de saúde na primeita etapa da imunização, incluindo os agentes dos 14 mil grupos de Saúde da Família, assim como “todo o pessoal de assistência social que, permanentemente, visitam lares e atendem as necessidades [da população]”.
Na segunda etapa, devem entrar deputados – 92% deles são aliados ao chavismo -, funcionários do governo e policiais. O plano de vacinação inclui “autoridades que pelo trabalho de rua justifiquem (…) sua proteção especial para que o Estado continue sua marcha”, afirmou Maduro.
Além das doses russas, a Venezuela reservou até 2,4 milhões de vacinas AstraZeneca por meio do sistema Covax da OMS (Organização Mundial de Saúde). No entanto, essas doses podem não chegar à Venezuela, já que o país não pagou até agora o adiantamento de US$ 18 milhões pedido pela OMS.
Até o momento, a Venezuela soma, oficialmente, 133.927 casos confirmados de Covid-19 e 1.292 mortes. Os números, baixos em relação a outros países, são questionados por organizações como a Human Rights Watch.
Com informações da AFP