Bolsonaro diz que foi pressionado a demitir Paulo Guedes

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 2ª feira (2.dez.2019) que sofreu pressão dentro do governo para demitir o ministro da Economia, Paulo Guedes, depois de declaração sobre o AI-5, em 25 de novembro.

“Quem pede a cabeça do Paulo Guedes quer desestabilizar a economia”, disse o presidente, em entrevista ao Jornal da Record, da Rede Record.

Em evento nos Estados Unidos, Guedes disse que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir reedição do AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil. “Quando o outro lado ganha, com 10 meses você já chama todo mundo pra quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5”, afirmou o ministro depois de ser indagado sobre discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocando a população para ir às ruas contra a política econômica do governo.

Na entrevista à Record –a 11ª à mesma emissora em 11 meses de governo–, Bolsonaro também disse que não se incomoda com a liberdade de Lula –solto em 8 de novembro depois de 580 dias preso–, mas, para ele, o petista tem pregado a intolerância no país.

Questionado sobre falas do ex-presidente que o acusam de participação na morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e o motorista Anderson Gomes, Bolsonaro afirmou que não considera as falas como 1 direito de expressão. “Vamos ter que engolir esse sapo. O barco segue porque o Brasil está indo bem”, afirmou.

O presidente também respondeu às declarações do ex-ministro Gustavo Bebianno de que a democracia está em risco. Bolsonaro disse que não merecia falar sobre Bebianno, não queria lembrar porque ele foi demitido e avaliou que o ex-ministro deve estar feliz ao lado do governador de São Paulo, João Doria. Neste domingo (1º), Bebianno assinou a filiação ao PSDB.