O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta o câncer de cólon e reto como o terceiro que mais acomete homens no País. A Sociedade Americana de Câncer também constatou um crescimento dessa incidência entre os jovens adultos e de meia-idade: a cada dez pacientes diagnosticados, três têm menos de 55 anos. No Brasil, a doença é responsável por algo em torno de 15 mil óbitos, uma realidade trágica, principalmente quando levado em conta o fato de que a grande maioria dos óbitos por esse tipo de câncer podem ser evitados com uma medida simples: a detecção precoce.A principal via para rastrear da doença é a colonoscopia, procedimento que também auxilia na identificação de pólipos, inflamações, úlceras e outras alterações no intestino. Apesar de sua importância para detectar o câncer precocemente e, assim, permitir a aplicação terapêutica mais efetiva, o senso comum ainda resguarda muitas más interpretações a respeito deste exame. A fim de corrigir este cenário, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) evidencia os principais pontos que causam confusão nos pacientes ao receberem a indicação para o procedimento.
Confira agora os mitos e verdade da colonoscopia.
Dor durante o exame – MITO
O paciente é sedado e, assim, não sente nada durante o procedimento. Todavia, o preparo pode ser desconfortável, haja vista a necessidade do uso de medicamentos laxativos que esvaziam o intestino grosso e permitem o estudo do cólon.
Lesões no intestino podem evoluir para câncer – VERDADE
Alguns tipos de pólipos podem evoluir para câncer. O risco maior acontece nos pólipos adenomatosos que apresentam mais de um centímetro de diâmetro. Pólipos hiperplásicos em geral não representam risco de malignização.
Pacientes com mais de 50 anos e com antecedentes familiares de câncer de intestino formam um grupo de risco para câncer de colón e reto. Outros fatores que contribuem para um maior risco são: doença inflamatória intestinal, tabagismo, obesidade, dieta pobre em fibra, diabetes tipo II não controlada.
Colonoscopia anual é indicada a todos os pacientes – MITO
Existem algumas situações em que a colonoscopia para diagnóstico é indicada, mas isso não significa que deva ser feita anualmente: pessoas com mais de 50 anos; com familiar 1° grau diagnosticado com doença tumoral no intestino; com de sangramento intestinal; anormalidades diagnosticadas por outros exames de imagem; e esclarecimentos de anemia. A frequência depende dos sintomas e dos achados, variando em cada caso.
Efeito colateral ou desconforto após o término – VERDADE
Devido à sedação, o paciente pode sentir sonolência após o exame. Também pode ocorrer desconforto abdominal, devido aos gases inseridos no intestino para melhorar a visibilidade durante o procedimento. Sangramentos podem acontecer quando há necessidade de biópsia ou remoção de pólipos. Essas manifestações desaparecem depois de algumas horas – caso contrário, procure seu médico.
É possível retirar tumores – VERDADE
Pequenos tumores e pólipos (grupos de células que se formam na mucosa do reto) podem ser removidos. Na maioria dos casos isto é feito já durante a colonoscopia, com um pequeno laço preso ao aparelho, cortando o pólipo pela base.
Fotos: Reprodução
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